A Escola Básica Integrada de Pedome promoveu a discussão das “práticas agressivas” nomeadamente do bullying.
A discussão contou com o contributo de três especialistas que estão a realizaruma investigação sobre o bullying na Universidade do Minho.
“As práticas agressivas (bullying) na escola e o insucesso escolar” foi o tema discutido na Escola Básica Integrada de Pedome. O assunto foi introduzido pelos especialistas Paulo Costa, Paulo Barros e João Carvalho que estão a estudar o fenómenos com a realização de um estudo sobre o assunto nas mais diversas vertentes.
Para os investigadores foi necessário existirem “tragédias” para que a comunicação social desse “imagem do conceito de bullying”. Segundo os especialistas o bullying é um “conjunto de atitudes agressivas entre pares, repetitivas e sem motivação” que vitimam alguém de forma continuada. “Não tem de haver motivação para a agressão”, adiantou um dos investigadores acrescentando que alguém que é vítima de bullying tem, usualmente dificuldades de concentração.
A este sintoma juntam-se as dificuldades em adormecer sendo que normalmente, os agressores são pessoas “populares” e as vítimas “não têm melhores amigos”.
Segundo as informações recolhidas pelos investigadores “medo, falta de auto-estima, auto conceito negativo, falta de concentração” são algumas das características que as vítimas possuem.
Não obstante, os especialistas consideram que é, também necessário que se preocupem com o agressor. “Também temos de estar preocupados com o agressor e perceber o que está por trás dessa atitude”, atirou notando que este normalmente é “vítima noutro contexto”.
Dois dos investigadores em causa são brasileiros e estão a comparar as duas realidades relativamente ao fenómeno. “A realidade brasileira não é muito diferente da de Portugal”, atirou.
Para os estudiosos o agressor é “aquele aluno que precisa de ajuda e muitas vezes a forma que tem de alertar para a atenção que não tem”.
No bullying há um círculo que usualmente, se repete com os agressores, as vítimas, os apoiantes passivos e “há aqueles que não gostam dos agressores mas também não ajudam as vítimas porque têm medo de ser a próxima vítima”.
Por outro lado, existem alguns tipos de bullying: o directo, o indirecto e cyberbullying. O directo pressupõe uma agressão física visível, o indirecto é usualmente provocado por boatos e rumores enquanto que a utilização da internet leva ao cyberbullying.
“É preciso denunciar e enquanto educadores devemos evitar ser observadores passivos”, atirou um dos investigadores acrescentando que é no 3º ano do primeiro ciclo que mais se verifica o fenómeno.
Jornal EntreVilas Edição 13/01/2010